quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O Primeiro GreNal do Ano




O primeiro GreNal do ano, em Erechim, foi de muita marcação e aplicação tática. Os dois treinadores jogaram primeiramente para não perder o jogo, ambos sabem que a derrota no maior clássico do país pode significar um abalo geral no trabalho que vem sendo desenvolvido.

Apesar do equilíbrio, o Inter teve o controle da partida quase que os noventa minutos. Além de ter tido mais posse de bola, o Inter ainda foi o time que criou as melhores chances de gol. Victor fez grandes defesas salvando o Grêmio do pior e foi o destaque tricolor da partida.

O destaque colorado foi Sandro. Ninguém, em Erechim, jogou mais que o camisa oito colorado. Sandro foi perfeito na marcação, anulou Souza com uma naturalidade impressionante e ainda fez a cobertura dos alas com precisão a laser. Se tudo isso não bastar para ser o melhor em campo, podemos dizer que Sandro foi à frente de cabeça erguida, com autoridade e quase não errou passes.

Todos sabem que o time do Inter é mais pronto que o do Grêmio. Mais experiente, mais vencedor, grupo mais numeroso e qualificado e está junto a mais tempo.

O Grêmio, mesmo tendo feito boas contratações para o ano que corre, não fez mais do que tentar parar o Inter no clássico, talvez por isso tenha sido derrotado com justiça.

Silas desagradou seus torcedores com a escalação, desagradou com as substituições e desagradou até na entrevista coletiva após o jogo. O treinador gremista colocou seu time em campo como espelho do colorado, postado exatamente como o time de Fossati, com o propósito de anular o Inter. Acontece que, com isso, Silas anulou o próprio time também e acabou sobressaindo a qualidade da equipe colorada.

A torcida tricolor está indignada com seu treinador. Mas a verdade é que a pressão que está sobre Silas não é culpa exclusiva dele, esta indignação vem de muito tempo. Silas perdeu apenas um GreNal, os outros clássicos foram perdidos por outros treinadores, mas este jejum que o Grêmio está passando nos últimos anos causa tamanho desconforto na torcida que todos, ou qualquer um, se tornam culpados.

O time comandado pelo uruguaio Fossati pareceu mais disciplinado dentro das ideias do seu treinador, foi mais consciente e apresentou até jogada ensaiada. O Inter foi contundente e agressivo quando foi à frente (diferente do ano passado quando tocava a bola de lado por longos minutos) e foi firme na marcação atrás. O Inter pareceu um time que sabe o que precisa para alcançar seus objetivos nesse ano e mostrou que não vai poupar trabalho para atingir suas metas. Sem dúvida essa é a filosofia de Jorge Fossati: muito trabalho.

Lamento muito as lesões de F. Eller e Souza. O primeiro para por pelo menos um mês, o segundo por seis meses. Curiosamente Eller não foi bem no GreNal, e Souza foi um dos piores em campo.

Em ambos os casos, a reposição de jogadores tende a ser vantajosa.

Souza deve dar lugar a Douglas, assim que este tiver condições. Douglas deve substituir Souza com vantagem, pois é um jogador mais “pensador” que Souza, organiza melhor o meio campo e tem melhor passe.

No Inter, Sorondo deve ser o substituto de Eller. Eller não vem jogando bem, apesar de ser o zagueiro campeão do mundo que todos conhecemos, enquanto Sorondo está esperando uma chance como essa já faz algum tempo. O uruguaio, que tem grande potencial (na minha opinião é o melhor dos zagueiros colorados), recusou proposta do Boca Juniors nos últimos dias e agora deve assumir de vez a titularidade no Inter.

Não podemos tirar conclusões definitivas do clássico, mas podemos visualizar as tendências da temporada que está iniciando.

A propósito, ano passado Celso Roth perdeu o GreNal de Erechim e disse que o Inter não era parâmetro para a libertadores. Este ano, em situação inversa, o Inter estando na Libertadores e o Grêmio na Copa do Brasil, o atual comandante colorado fez questão de ressaltar a qualidade do adversário e dizer que dificilmente o Inter encontrará adversários do nível do rival na primeira fase do torneio continental. Como se vê, nada de soberba ou salto alto no Beira Rio.

Quase 10 anos sem vencer um clássico no campeonato regional é muito tempo.

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