segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Diretoria Colorada Troca Título por Euros

Minha paciência esgotou-se. Decidi mandar mais um e-mail para ouvidoria do Internacional (o que não adianta muita coisa, pois duvido que as reclamações sejam lidas). Dessa vez apontando apenas algumas questões que me fazem ficar triste com o atual momento. Na minha modesta opinião estamos em queda livre, dentro e fora de campo. Isto está comprometendo o ano do Centenário Colorado e desgraçando um ano que todos imaginávamos que seria de grandes alegrias.

A cada rodada o time colorado joga menos e assim acumula maus resultados e atuações ruins
Tite não parece ter o perfil de treinador motivador. Muito menos demonstra ser um estrategista, pois quando lhe foi exigida essa condição ele sucumbiu, não apenas para Mano Menezes que é inegavelmente um grande treinador, mas teve sérios problemas contra treinadores do quilate de Renê Simões e Cuca, que sinceramente não são grandes coisas como treinadores como se pode ver pelos títulos que conquistaram (ou não conquistaram). Poderia citar mais, mas fugiria de meu intuito.

Em seus discursos e explanações, Tite fala muito em desempenho e diz que não quer "ganhar de qualquer jeito". Ora, se existe na competição algo mais importante que os três pontos a CBF esqueceu-se de incluir no regulamento.

Alguém já prestou atenção no quanto Tite fala em "grandeza" e "magnitude"? É a grandeza da competição, do confronto, do adversário e assim por diante. E a grandeza que nos importa? Não queremos saber dessas grandezas destacadas por nosso treinador. Queremos saber da grandeza do Inter! Queremos saber da grandeza do clube que fazemos existir com nossa paixão, com nosso amor e nosso dinheiro. Queremos ver em campo a nossa grandeza. Queremos ver o Colorado se impor em campo e passar por cima da grandeza dos adversários, pois foi dessa forma que nos tornamos Campeões de Tudo e hoje o internacional é uma instituição louvada até mesmo por aqueles que tem restrições contra clubes gaúchos e até brasileiros.

Mas o culpado por tudo que esta acontecendo pelos lados do gigante não é Tite. Não mais.
A culpa era do treinador dois meses atrás, de lá pra cá a direção assumiu a culpa bancando o treinador no cargo e contrariando a imensa maioria da Nação Colorada.

É injusto, portanto, apontar o treinador como culpado nesse momento. Não é mais ele que desgraça nossas esperanças de sermos campeões brasileiros no ano de nosso centenário. Pois a culpa saiu de suas mãos e subiu alguns degraus na hierarquia do clube.

Fernando Carvalho tem seu nome gravado na história Colorada. Justo. Mas seus discursos, juntamente com os de outros integrantes da diretoria, estão cada vez mais difíceis de digerir. Já escutamos coisas do tipo: "Quando atingirmos a marca de 100 mil sócios teremos recursos de manter os grandes jogadores" ou então "O grupo de jogadores está fechado, vendemos o Alex e não vamos perder mais ninguém. Queremos ganhar todas as competições no ano do centenário."Este ano já perdemos Edinho, Alex, Nilmar, Magrão e ainda podemos perder Sandro. Tudo isso mesmo tendo atingido a marca de 100 mil sócios.

Nosso eterno Fernando Carvalho é como qualquer mortal. Também erra. Mas às vezes insiste demais em suas apostas, talvez por ser homem de fortes convicções. O certo é que não podemos pagar o preço que nos será cobrado pela manutenção do que não está dando certo.
Podemos pegar exemplos recentes de apostas da direção que deram errado, eles só comprovam que errar é humano. No entanto, insistir nos erros e ainda se achar dono da verdade a ponto de subestimar a inteligência do torcedor é estupidez.

Lembram do Gil? E do Rosinei? Sonhos antigos da direção e de Fernando Carvalho. Só deram despesas e dor de cabeça ao Inter. A insistência com Rosinei chegou ao limite. Jogador sem qualificação para jogar no Inter. Mesmo assim foi colocado em campo em diversas oportunidades testando a paciência do torcedor e, mais do que isso, o Inter brigou para ficar com o jogador ao término do contrato. Tudo isso por ser mais um "sonho antigo" de Carvalho e da direção.

Nem preciso citar que pouco tempo atrás Léo Moura foi oferecido para o Colorado (que está há três anos sem lateral direito e pelo jeito vai ficar mais três). O jogador não despertou o interesse dos cartolas colorados. A alegação foi de que o jogador não se enquadrava no estilo de jogo do Inter. Agora vivemos na esperança que alguém desemboque, por milagre, na lateral direita.

Agora Carvalho insiste com Tite, banca a permanência de um treinador que é rejeitado pela imensa maioria da torcida (podem ter certeza) e que teve o prazo de validade vencido dois meses atrás.

É evidente que as conseqüências da manutenção do treinador, absurda no meu entendimento, poderão ser catastróficas para o ano do centenário Colorado. Ano passado, na eleição do clube, torci e votei pela oposição. Não que eu simpatizasse alguém da oposição (nunca me envolvi com qualquer movimento político, seja dentro ou fora do clube), mas por acreditar que é muito ruim para um regime democrático, seja no âmbito de Estado, Nação, Clube ou qualquer instituição, a perpetuação de um mesmo grupo no poder, mesmo que este seja eleito democraticamente por meio de voto.

Um mesmo grupo que detém o poder por muito tempo acaba tendo a percepção errônea de que está administrando seu patrimônio pessoal, logo esquece que deve satisfação de sua administração ao verdadeiro dono do clube e do patrimônio que administra. O seu povo, o seu soberano.

Rousseou escreveu: "o titular do poder, tende, espontânea e inexoravelmente, a procurar impor sua vontade ao povo soberano, em atropelo ao princípio de que ele é, e jamais deveria deixar de ser, simplesmente o instrumento da vontade geral".

Conceito aplicável ao contexto discorrido.

Peço que nossa diretoria seja mais sensata, que pare de insistir em erros deflagrados. Peço principalmente que não esqueçam de que não são donos do Internacional, são apenas o "instrumento da vontade geral".

O Internacional é patrimônio de milhões de colorados, não de uma oligarquia que parece estar se formando.

Façam valer a vontade geral.

Dêem ao povo o que é do povo. O Clube do Povo.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O preço do futebol


Tenho lido e escutado sobre a baixa média de público nos estádios da dupla grenal. Média que é mais baixa no Gigante que no Olímpico, o que não serve para sinalizar grande diferença entre as torcidas.

A diferença nas médias de Inter e Grêmio pode ser explicada pelo fato de o estádio Olímpico ter sediado jogos contra grandes adversários (Flamengo, Corinthians e Internacional) em domingos de tempo bom. Enquanto o Gigante recebeu vários jogos em dias, horários e condições climáticas realmente adversas para o torcedor. Sei bem do que estou falando, vou a todos os jogos do Internacional em Porto Alegre.

Cito apenas dois exemplos para ilustrar: Inter X Barueri (o relógio em frente ao estádio marcava 7ºC, antes do jogo); Inter X Sport, jogo marcado para uma segunda-feira às 21h, por causa da excursão colorada ao Japão (sua data original era em um domingo, também às 21h).

Mas minha intenção é apontar o fator preponderante para que as torcidas de nosso estado, que sempre foram muito presentes e participativas, estejam indo menos aos estádios: o preço cobrado pelos ingressos.

Hoje o ingresso mais barato no Beira-Rio custa quarenta reais. Quatro anos atrás o ingresso mais barato custava cinco reais, era atrás do gol e deu impulso a torcida Guarda Popular.

É muito difícil entender e aceitar os valores cobrados para que o torcedor possa assistir a uma partida de futebol. O esporte mais popular do mundo e que já foi um dos únicos meios de lazer e cultura do sofrido povo brasileiro, dá sinais fortes e claros de está sendo elitizado.

Imagine alguém que levaria a família ao estádio num domingo qualquer. Ingressos (40 reais cada), estacionamento, lanche, etc. Quantas frações do salário desse indivíduo serão gastas em um programa de duas horas com a família?

Ser sócio também sai mais caro do que deveria. A grande maioria de sócios de Inter e grêmio pagam a mensalidade mais a metade de cada ingresso. Sou sócio colorado e pago a metade do valor do ingresso. Gasto em média 100 reais mensais para torcer pelo meu time do coração (só contabilizei a mensalidade e os valores pagos nos ingressos).


Para alguns isso pode parecer pouco, mas tenho certeza que a grande maioria da torcida sofre com os preços e acaba tendo que acompanhar seu time de longe.