Temos vivido nos últimos tempos uma discussão sem fundamento algum: mala branca.
Ora, a mala branca sempre existiu. Desde a época do Rei Pelé ela circula pelos vestiários mais desmotivados tentando levar adrenalina para os que cumprem tabela.
O que há de mal em oferecer uma premiação por uma vitória? Eu lhes respondo: nada! Problema seria se dinheiro fosse oferecido para que times entregassem o jogo, isso sim seria imperdoável e abominável. Mas oferecer premiação por bom desempenho, mesmo sendo para um time que não o seu, não há problema. Valoriza o espetáculo. Qual o interesse em assistir uma partida em que um dos times cumpre tabela e não entra em campo com alma, disposição, garra? Se você não torce por nenhum dos dois times a resposta é: Nenhum.
Com a mala branca valoriza-se a partida acima de tudo, deixando-a mais interessante. Vejamos o caso de uma partida em que um time disputa o título e outro cumpre tabela: sem a mala branca o time que cumpre tabela jogaria, normalmente, desmotivado. Se toma um gol não corre com gana para virar a partida, não mobiliza-se usando a angustia do derrotado. Ele já está derrotado a algumas rodadas. Neste caso, favorecido seria o time que disputa o título.
Com a mala branca em campo o time que cumpre tabela terá alguma motivação, mesmo que pequena perto do time que disputa o título, pois a taça não tem preço e essa é a maior motivação que existe para uma equipe.
Essa polêmica foi instaurada pela imprensa. Jornais precisam ser vendidos. Temos que entender, mas não podemos nos fazer de ingênuos como fazem alguns. Sabemos que essa é uma prática comum no mundo do futebol, que acontece antes mesmo de inventarem a bola sintética, os tecidos que expelem suor das camisas de jogo e outras modernidades do futebol. É uma prática pré-histórica.
Os que reclamam o fazem por medo de sucumbir diante de equipes que não tem mais interesse no campeonato. Sucumbir diante dessas equipes é vergonhoso para quem ainda luta por algo maior na competição.
Os clubes que reclamam o fazem por covardia. Simples, pois ingênuos é que não são. Suas opiniões mudam conforme seus interesses. No Brasil é assim. Sempre foi...
